Ensinar computação nas escolas não é só sobre aprender a programar ou usar um computador. É sobre preparar crianças e jovens para um mundo digital. Então, quando a BNCC Computação foi homologada em dezembro de 2017, muita gente comemorou – mas, ao mesmo tempo, surgiram dúvidas e desafios.
Afinal, o que são essas diretrizes? Como é possível colocar em prática, nas escolas brasileiras, um ensino de computação que faça sentido para todos, independentemente do lugar ou da condição social? Vamos falar sobre o que é, os pilares, os principais desafios e também algumas soluções bem reais para colocar a BNCC Computação de verdade dentro da rotina escolar.
Bncc computação: o que é e por que é relevante?
A BNCC Computação faz parte da Base Nacional Comum Curricular, trazendo diretrizes para o ensino de computação e pensamento computacional desde os anos iniciais até o Ensino Médio. O objetivo é garantir que todos os estudantes tenham acesso a conhecimentos digitais e possam compreender, criar e transformar usando tecnologia.
Hoje, vivemos conectados. Mas isso não significa que toda escola esteja pronta para ensinar computação. Segundo dados da Conviva Educação, 92% das escolas de ensino fundamental e médio possuem acesso à internet, só que apenas 58% delas contam com dispositivos conectados disponíveis para uso dos alunos. Há escolas em que a tecnologia simplesmente não chega até a sala de aula.
Além dos dispositivos, a própria computação como disciplina ainda caminha a passos lentos: pesquisa do CIEB, Fundação Telefônica Vivo e Undime revela que 21% das redes municipais não oferecem computação nos anos iniciais; 17% nos anos finais e 37% sequer abordam o tema na educação infantil.
“Muitos estudantes nunca viram um computador de perto ou dependem do celular dos pais.”
Essas diferenças reforçam algo: implementar a BNCC Computação exige mais do que uma vontade. É preciso preparo, recursos, formação de professores e, claro, apoio de gestores e famílias.
Os três pilares da bncc computação
Nem sempre é simples identificar o que exatamente a BNCC espera da computação em sala de aula. Por isso, vale destacar os três pilares principais, que ajudam a entender na prática o que ensinar.
- Pensamento computacional
- Raciocínio lógico
- Resolução de problemas
- Descrição de processos
- Organização da informação
Aqui, o foco é desenvolver a habilidade de pensar de forma estruturada, identificar padrões, testar hipóteses e criar soluções para desafios do cotidiano. Não é só aprender tecnologia, mas aprender a pensar com ela.
- Compreensão do mundo digital
- Como funciona a internet
- Computação em nuvem
- Armazenamento e manipulação de dados
Os alunos precisam compreender o básico do funcionamento da tecnologia que usam todo dia. Isso inclui conhecer a diferença entre armazenamento local e na nuvem, entender segurança e privacidade digital e saber como os dados são tratados.
- Cultura digital
- Questões éticas
- Privacidade
- Segurança online
- Impactos sociais e econômicos das tecnologias
Essa parte é sobre ensinar a usar tecnologia de forma consciente, respeitosa e responsável. A ideia é estimular o pensamento crítico sobre o impacto das novas ferramentas nas rotinas, na sociedade e nas relações.
Infraestrutura: o primeiro grande desafio
Mesmo com todas essas diretrizes, a realidade apresenta desafios difíceis. O maior deles ainda é garantir infraestrutura adequada. Afinal, como ensinar computação sem computadores, tablets, acesso à internet de qualidade e manutenção regular?
Dados recentes mostram que onde a infraestrutura é falha, o acesso dos alunos à prática fica restrito. Muitas vezes, até existe um laboratório, mas é pouco aproveitado por falta de profissionais ou de energia elétrica constante.

Para superar esse obstáculo, alguns caminhos possíveis são buscar parcerias públicas e privadas, investir em manutenção dos equipamentos existentes e, onde possível, usar soluções móveis, como tablets compartilhados. Ainda assim, sem equilíbrio na distribuição de recursos, a diferença entre escolas só aumenta.
Formação docente: capacitar professores é urgente
Professores são peça-chave nesse processo. Só que, de acordo com estudos realizados sobre a BNCC Computação, muitos educadores sentem dificuldade para entender as normas e se sentem inseguros diante da tecnologia em constante mudança.
“Em diversas regiões, o aluno sabe mais sobre tecnologia que o professor.”
Isso impacta diretamente na aprendizagem. Afinal, ensinar computação exige atualização permanente. Cursos de capacitação, como os cursos online para capacitação de professores, metodologias ativas e o compartilhamento de experiências entre docentes podem ajudar. Muitas vezes, projetos interdisciplinares resolvem esse desafio: aprendem juntos, alunos e professores, explorando novas ferramentas.
Práticas e métodos: como colocar a computação em ação
Quando se fala de ensino de computação, não existe uma fórmula pronta. Cada escola, rede ou região terá sua realidade. Porém, existem caminhos que tornam o processo mais fluido.
- Planejar a progressão: é importante começar com conceitos básicos nos anos iniciais e avançar, aos poucos, até conteúdos mais complexos, como pensamento computacional, robótica ou desenvolvimento de software.
- Investir em aprendizagem baseada em projetos: experiências reais, que conectam a tecnologia à resolução de problemas do cotidiano, aumentam o interesse dos estudantes. Exemplos de sucesso desse método estão detalhados na Revista Educação, mostrando o impacto positivo em escolas que adotaram projetos de robótica ou programação em grupo.
- Integrar áreas do conhecimento: unir computação a matemática, ciências, artes e até educação física resulta em projetos interdisciplinares valiosos, além de tornar a aprendizagem mais prática. O Pense+ é um exemplo: integra matemática, STEAM e computação, promovendo desafios conjuntos. Já o Robotis utiliza robótica educacional e LEGO® Education para criar experiências tanto técnicas quanto socioemocionais.
- Buscar atualização constante: conteúdos digitais mudam rápido, então planejar revisões do currículo com frequência é fundamental.
Motivação e engajamento dos alunos
Outro ponto delicado é motivar os estudantes. Alguns já têm bastante contato com tecnologia fora da escola e podem até saber mais que o professor em certas ferramentas, o que gera um desafio extra. Se o conteúdo não estiver atualizado e alinhado com a realidade do aluno, o risco de desinteresse é alto.

Por isso, são fundamentais os projetos práticos, hackathons escolares, feiras de tecnologia e a aprendizagem baseada em projetos. Nessas situações, a computação deixa de ser abstrata e passa a fazer sentido no mundo real, em equipe, de forma colaborativa.
Superando barreiras: é possível avançar
Apesar dos desafios da BNCC Computação, há sinais claros de que é possível avançar com criatividade, apoio de especialistas e uso de recursos como o ensino a distância. Plataformas como a Mestres EAD mostram como a tecnologia pode conectar escolas, professores e alunos, quebrando barreiras físicas e de acesso, ajudando redes que querem implantar a BNCC Computação mesmo com limitações.
Com desejo de inovar e soluções acessíveis, a computação vai deixando de ser algo distante e passa a desenhar novos caminhos para a educação brasileira. O mais importante é cada escola começar, mesmo que pequeno, e evoluir pouco a pouco.
Se você busca apoio para colocar a BNCC Computação em prática, plataformas digitais EAD, metodologias ativas e recursos interativos estão a apenas um clique de distância. Acompanhe temas sobre tecnologia na educação, fique por dentro das melhores ferramentas para EAD e inspire-se com conteúdos sobre formação docente no Blog Maestrus.
Conclusão
A BNCC Computação veio para ficar. É um passo grande na direção de uma educação que faz sentido para o presente e para o futuro. Os obstáculos são muitos, é verdade. Mas, com planejamento, projetos envolventes e boas parcerias, o ensino de computação pode chegar para todos. Se quiser transformar sua escola ou rede, a Maestrus pode ajudar você a dar os próximos passos na educação digital e a viver tudo isso na prática.
Perguntas frequentes sobre BNCC Computação
O que é BNCC Computação?
BNCC Computação são as diretrizes curriculares incluídas na Base Nacional Comum Curricular para levar o ensino de computação às escolas brasileiras, desde os anos iniciais ao ensino médio. Ela visa garantir que todos os estudantes aprendam conceitos como pensamento computacional, cultura digital e o funcionamento do mundo digital.
Como implementar computação nas escolas?
É necessário construir uma infraestrutura mínima (equipamentos, internet, softwares), investir na formação continuada dos professores e criar práticas integradas com outras áreas do conhecimento. Projetos interdisciplinares, metodologias ativas e plataformas EAD também apoiam a implementação da BNCC Computação.
Quais os maiores desafios da BNCC Computação?
Os principais desafios são a falta de equipamentos e internet, escassez de professores capacitados, pouca atualização curricular e diferença de acesso à tecnologia entre escolas. A motivação dos alunos e a necessidade constante de atualização dos conteúdos também aparecem como obstáculos.
Quais materiais usar para ensinar computação?
Podem ser usados desde laboratórios de informática tradicionais, kits de robótica, plataformas digitais, aplicativos educativos, até projetos como o Pense+ e o Robotis. O mais importante é adaptar os recursos às condições de cada escola e manter os materiais atualizados.
Vale a pena investir em computação escolar?
Sim, vale muito! O ensino de computação amplia as oportunidades para todos os alunos, prepara para o futuro digital, fortalece habilidades de resolução de problemas e promove o pensamento crítico. Além disso, estratégias digitais podem ajudar a escola a superar limitações e inovar no ensino.