Imagine conseguir enxergar qualquer problema difícil, seja na escola ou na vida, como um conjunto de passos organizados. Não se trata só de saber programar um computador. Pensamento computacional é, antes de tudo, um modo de pensar, lógico, criativo, estratégico, que faz parte da nossa natureza humana, como destaca Christian Brackmann. Segundo ele, é uma habilidade “humana, criativa, crítica, estratégica e útil para lidar com problemas de qualquer área, de modo individual ou colaborativo”.
Hoje, ensinar pensamento computacional nas escolas deixou de ser apenas uma boa ideia. Tornou-se uma competência obrigatória após a Política Nacional de Educação Digital aprovada em janeiro de 2023. Isso transforma o jeito que as crianças aprendem, pensam e se preparam para o futuro, especialmente em um mundo cada vez mais digital.

O que é pensamento computacional, afinal?
Pensamento computacional não é exclusivo da computação. É uma maneira estruturada de encarar desafios. Envolve olhar para um problema, quebrar em partes menores, focar no que importa, ver padrões e planejar passos para resolver. Isso pode ser feito com ou sem computadores, é adaptação mental, que está na raiz da ciência da computação, mas ultrapassa esse universo.
Pesquisadores apontam que o construcionismo ajuda muito nesse processo, pois incentiva a autoria colaborativa, o “aprender fazendo” e o uso de tecnologias no ensino, facilitando a resolução de problemas em grupo de forma mais ativa e engajada.
Pensamento computacional não é só programação. É pensar diferente.
Os quatro pilares do pensamento computacional
Para entender de verdade o que é pensamento computacional, vale conhecer seus quatro pilares. Eles andam juntos e se complementam. Vou contar um pouco de cada.
1. Decomposição
Quebrar um desafio grande em pequenas tarefas. Imagine organizar uma festa: você separa tarefas como convite, decoração, comida, música...
- Facilita a solução quando o problema parece enorme ou confuso.
- Ajuda a ver o que pode ser resolvido primeiro, o que pode esperar e o que pode ser feito por diferentes pessoas.
2. Abstração
É focar apenas no que mais importa, deixando de lado detalhes menos relevantes. Pensa em um mapa do metrô: não precisa mostrar todas as ruas da cidade, certo?
- Permite visualizar só o que é necessário para seguir em frente.
- Traz clareza e evita sobrecarga de informações.
3. Reconhecimento de padrões
Enxergar semelhanças e repetições. Quando percebe que já resolveu algo parecido antes, fica mais fácil lidar, não?
- Ajuda a reutilizar soluções conhecidas, ganhando tempo e criatividade.
- Cria atalhos mentais para desafios do dia a dia.
4. Algoritmos
Planejar e organizar os passos. É como uma receita de bolo: se você seguir o passo a passo, o resultado aparece.
- Garante que o problema será resolvido em ordem e com lógica.
- Facilita testar e ajustar sequências quando algo não funcionar como esperado.
Pensar computacionalmente é resolver problemas como se estivesse montando um quebra-cabeça, peça por peça.
Pensamento computacional nas escolas
O ensino desse jeito de pensar tem ganhado mais espaço, especialmente desde a aprovação da nova legislação. Segundo pesquisa publicada em 2024, poucos estados brasileiros colocaram a disciplina de pensamento computacional como obrigatória, mas a pressão por currículo inovador está crescendo.
Mesmo quando não é disciplina própria, a abordagem pode acontecer em aulas de Matemática, Informática ou projetos práticos, como clubes de robótica. Uma experiência comum é ver professores ensinando a decompor problemas matemáticos, criar algoritmos ou observar padrões em frações ou geometria. O uso pedagógico de programação, segundo artigo na Revista Educação Pública, contribui para melhorar notas, reduzir evasão escolar e fortalecer o trabalho em equipe.
Também há destaque para a redução de desigualdade de gênero, como revela estudo sobre pensamento computacional no ensino fundamental. Inserir computação ou raciocínio lógico, inclusive no final do fundamental, amplia oportunidades e mais meninas começam a ver caminhos profissionais na área da tecnologia. Isso muda sociedades inteiras.
Com plataformas como a Maestrus, é possível criar aulas presenciais e à distância para pensamento computacional, isso aproxima diversos perfis de escolas e faz os alunos se sentirem parte da mudança.
Ensinar o aluno a pensar computacionalmente é prepará-lo para uma vida cheia de desafios (e soluções).
Como inserir pensamento computacional no cotidiano escolar
Não existe fórmula única. Depende muito da escola, dos professores e dos alunos. Segundo pesquisa do IFMS em 2024, a formação continuada dos professores de informática é fundamental para adaptar o conteúdo à realidade dos alunos e às necessidades da escola.
Veja algumas formas de integrar essa abordagem:
- Disciplinas regulares: Matemática, Informática, Física ou até Língua Portuguesa podem trazer atividades de decomposição, padrões e algoritmos. Aqui, clubes de robótica e projetos transversais ganham espaço.
- Horários específicos: Laboratórios, oficinas ou atividades complementares com foco em programação, resolução de problemas e jogos lógicos.
- Formatos flexíveis: Pode ser presencial ou à distância. Plataformas como a Maestrus facilitam a adoção do ensino híbrido.
- Atividades plugadas e desplugadas:
- Plugadas: Usam computadores, tablets ou kits digitais. Ferramentas como Inventura (micro:bit, sensores), Robotis (LEGO® Education + formação docente) e Pense+ (plataforma adaptativa de matemática e STEAM) são exemplos criativos.
- Desplugadas: Sem necessidade de tecnologia. Jogos de tabuleiro, quebra-cabeças, cartões impressos e dinâmicas de grupo. Ótimo para quem tem acesso limitado a equipamentos.
A mescla dessas estratégias aumenta a participação e inclusão, tornando o ensino mais acessível para diferentes tipos de estudantes. A criação de cursos adaptados ao contexto escolar pode ser o diferencial.

Para professores, materiais de formação e comunidades de troca são aliados. A comunidade de professores pode ser um lugar inspirador para aprender e compartilhar experiências.
Benefícios de ensinar pensamento computacional
- Melhora no raciocínio lógico e matemático;
- Desenvolvimento do pensamento crítico e da criatividade;
- Maior capacidade de trabalhar em equipe;
- Facilidade de análise e organização de dados;
- Preparação para profissões do futuro, onde a tecnologia é rotina;
- Inclusão de mais meninas e grupos sub-representados em áreas tecnológicas.
Se você quer fazer parte dessa transformação, vale conhecer métodos e reflexões sobre tecnologia e inovação. E buscar o suporte de plataformas flexíveis, como a Maestrus, faz toda a diferença.
Conclusão
Uma escola que aposta no pensamento computacional está ensinando mais do que programação; ensina a pensar, a resolver problemas, a trabalhar junto diante do novo. Com apoio de projetos como a Maestrus, fica muito mais fácil planejar, gerenciar e personalizar o aprendizado, seja presencial ou EAD. Professores ganham recursos, alunos ganham preparo para a vida digital e para surpresas que ainda nem imaginamos.
Que tal começar a pensar diferente? Acesse a Maestrus, teste grátis e veja como transformar sua escola e seus cursos para o mundo que se reinventa a cada dia.
Perguntas frequentes sobre pensamento computacional
O que é pensamento computacional?
Pensamento computacional é uma forma estruturada e criativa de resolver problemas, que se inspira nos princípios da computação, mas pode ser aplicada em qualquer área, mesmo sem tecnologia. Envolve decomposição, abstração, reconhecimento de padrões e algoritmos para organizar ideias em passos lógicos e claros.
Quais são os pilares do pensamento computacional?
Os quatro pilares são:
- Decomposição: dividir um grande problema em partes menores;
- Abstração: focar só no que é relevante;
- Reconhecimento de padrões: identificar semelhanças para usar soluções já conhecidas;
- Algoritmos: criar passo a passo para alcançar o resultado desejado.
Como ensinar pensamento computacional na escola?
É possível ensinar em várias disciplinas (Matemática, Informática, Física etc.), em projetos extracurriculares como clubes de robótica, ou em atividades práticas. Usar recursos plugados (tablets, kits digitais) ou desplugados (jogos, dinâmicas em grupo) ajuda a aproximar a teoria da prática e tornar o aprendizado mais acessível e divertido.
Por que ensinar pensamento computacional às crianças?
Porque desenvolve raciocínio lógico, pensamento crítico, trabalho em equipe e criatividade. Também prepara para profissões do futuro, onde tecnologia é base, e reduz desigualdades, como mostra o aumento da participação feminina em áreas exatas.
Quais atividades praticar em sala de aula?
Jogos de lógica, desafios de decomposição, criação de sequências de passos (algoritmos) e identificação de padrões em problemas diversos. Atividades com kits de robótica, programação visual, além de dinâmicas sem computador, usando cartões e jogos, são formas divertidas de praticar.