Nos últimos anos, vivenciamos, dentro e fora da Maestrus, uma transformação acelerada na educação corporativa. Observando, dialogando e trabalhando lado a lado com empresas de diferentes portes, percebemos muitos aprendizados. E, honestamente, também tropeços. Desenvolver e implementar e-learning nas empresas tem sido tão desafiador quanto inspirador. Para esse artigo, trouxemos à tona os dez principais aprendizados que surgiram das conversas de grandes empresas em rodadas de discussão e de muito chão de fábrica. Nossa intenção é compartilhá-los, repensar velhos mitos e trazer experiências reais que podem, quem sabe, ajudar você a enxergar o próximo passo no seu projeto de educação a distância.
Não existe solução mágica no e-learning. Mas existe evolução real.
1. E-learning não é tão simples quanto parece ou como muitos prometem
Se pudéssemos resumir o início da conversa entre as organizações, diríamos: implementar e-learning quase nunca é tão simples quanto os discursos de marketing ou técnicos querem nos fazer crer. O discurso comercial vende uma jornada linear e sem obstáculos, como se bastasse assinar a plataforma ideal. Mas, no cenário real, existem detalhes que só aparecem no dia a dia e, surpreendentemente, nem sempre são mapeados no planejamento inicial.
Um ponto discutido nas mesas redondas é sobre confiar cegamente em promessas. Muitas vezes, tanto o marketing quanto a equipe de TI podem agir como se dominassem totalmente o processo. Mas as armadilhas aparecem: mudanças culturais lentas, dificuldades tecnológicas, resistências internas, custos inesperados. Precisamos manter o olhar crítico e questionar as soluções que parecem perfeitas.
Reforçamos, apoiados na nossa experiência à frente da plataforma EAD Maestrus, que a busca pela melhor tecnologia e pelo melhor parceiro é legítima, mas precisa vir acompanhada de perguntas incômodas: Como será o suporte? O que está fora do contrato? A personalização prometida é exequível ou só existe no papel?
2. Ter equipe técnica interna é estratégico para lidar com riscos
Dando sequência ao que percebemos: depender exclusivamente de consultores externos ou de fornecedores pode causar vulnerabilidades. Contar com uma equipe técnica interna preparada faz toda diferença na gestão de riscos tecnológicos. Isso não significa deixar de fazer parcerias, mas ter domínio mínimo do ambiente técnico garante autonomia, permite ajustes rápidos e evita a sensação de estar refém de terceiros.
Na nossa vivência, empresas que alinham times de TI e RH desde o início tendem a tirar mais valor dos projetos de e-learning. Além disso, é muito comum que a equipe interna identifique detalhes locais da infraestrutura, que consultorias externas deixariam passar batido. Já testemunhamos situações em que apenas o time interno sabia a melhor forma de resolver conflitos entre sistemas que não "conversavam" tão bem.

Pode soar repetitivo, mas vale insistir: essa equipe precisa ser envolvida já nos primeiros passos, ajudando na escolha de fornecedores e garantindo que qualquer promessa tecnicamente inviável seja identificada logo no início.
3. Acesso real ao e-learning ainda é desafio em muitas empresas
Parece estranho, mas mesmo em 2024, nem todo funcionário tem computador ou acesso constante à intranet. Em indústrias ou operações logísticas, muitos trabalhadores exercem funções longe de desktops. Sabe aquele desejo de democratizar o acesso ao conhecimento? Ele esbarra na falta de dispositivos e em redes limitadas no chão de fábrica.
Vemos soluções de curto prazo, como totens compartilhados, distribuição de tablets, e até rodízios de acesso durante as pausas. Apesar de criativas, tais alternativas não substituem o investimento robusto em infraestrutura digital. É algo que precisa entrar no radar da alta liderança.
Em meio a essas limitações, fica claro como plataformas flexíveis fazem diferença, permitindo, por exemplo, o acesso via smartphone ou aplicativos leves. Em muitos projetos que acompanhamos, foi necessário planejar para o futuro, listar necessidades de conectividade e prever recursos que acompanhem o crescimento do uso.
4. Engajar é mais difícil do que criar: cultura e incentivos são indispensáveis
Vamos ser francos: lançar um programa de e-learning não garante que as pessoas vão usá-lo. O maior desafio, em boa parte das empresas, ainda é o engajamento dos funcionários. Não porque o conteúdo seja ruim, mas porque a cultura tradicional normalmente torna o aprendizado uma obrigação, não uma escolha.

Como mudar esse cenário? Empresas que conseguiram bons resultados apostaram em incentivos, gamificação, premiações simbólicas, celebração de conquistas e, em muitos casos, criaram competição saudável entre equipes. O sentimento de pertencimento e a vontade de não ficar para trás acabam funcionando melhor do que simples avisos dizendo “faça o curso até tal data”.
A experiência mostra também a necessidade de campanhas internas contínuas, depoimentos de líderes, histórias de quem aprendeu algo novo pelo online. O engajamento é vivo, precisa ser alimentado continuamente. Só assim o e-learning deixa de ser mera formalidade para virar diferencial real.
5. Pagamento “por uso” traz mais precisão e menos desperdício
Outro consenso das discussões: prever quantas pessoas realmente vão utilizar o e-learning é tarefa quase impossível. Em contratos muito amplos, o pagamento fixo por faixa de usuários normalmente resulta em desperdício. Muitas licenças ficam paradas, ou acabam sendo utilizadas apenas parcialmente.
O modelo “pay per use” (pagar pelo uso real) tem se mostrado mais aderente à realidade das organizações. Isso permite adaptar investimentos ao ritmo de adesão e crescimento da plataforma. É uma tendência, inclusive, que a Maestrus oferece em algumas soluções personalizadas para grandes empresas.
Essa estratégia facilita o planejamento financeiro do RH, reduz pressões por resultados rápidos e traz mais tranquilidade para quem ainda está testando modelos ou expandindo gradualmente o acesso.
6. Projetos escutam mais os gestores do que os aprendizes
Esse é um tema que toda empresa precisa reavaliar. Frequentemente, os projetos de e-learning nascem da vontade dos gestores, e acabam focados em atender apenas suas demandas. Já notamos que, em quase todas as discussões, faltava a voz do aprendiz. Ou seja, faltava enxergar quais eram as motivações reais e como o conteúdo poderia, de fato, ajudar a rotina de quem estava do outro lado da tela.

Diversos cursos acabam sendo realizados “por recomendação da chefia”, o que compromete o interesse genuíno dos funcionários. Em nossas iniciativas, sempre buscamos incluir pesquisas, entrevistas e agrupamentos para entender melhor os hábitos e as necessidades dos participantes finais. Quanto mais espaço para escuta, mais assertivo o resultado.
A motivação não nasce só da necessidade do gestor, mas do significado para o aprendiz.
Esse ponto é ainda mais relevante em treinamentos obrigatórios: se torná-los úteis no cotidiano faz toda diferença para a aceitação, e para os resultados práticos.
7. Gestão eficiente não exige sempre um LMS caro e complicado
Vamos ser sinceros: grandes sistemas LMS podem ser caros, complexos e nem sempre entregam tudo que prometem. O que vemos, cada vez mais, são organizações optando por alternativas internas, com menos funcionalidades e mais flexibilidade. Plataformas leves permitem aprendizado autodirigido, com relatórios agregados, redução de custos e centralização financeira, como no caso da Marconi, que abriu o acesso para 25 mil funcionários e simplificou bastante seu modelo de gestão.
Essas soluções internas, feitas sob medida, funcionam para quem prioriza aspecto colaborativo e acompanham a evolução do funcionário sem dar tanta ênfase ao controle individual minucioso. O segredo está em equilibrar o que é suficiente para o aprendizado, evitando controle rígido demais ou excesso de burocracia.
De certa forma, isso aproxima a tecnologia das reais necessidades do negócio, em vez de impor um modelo “engessado” pela ferramenta comprada.
8. Integrações entre sistemas raramente são tão automáticas quanto prometem
A integração de plataformas, portais, LMS, sistemas de RH, intranets e demais ferramentas é, sem exagero, um dos maiores desafios discutidos pelas empresas. A expectativa criada pelo discurso de integração “automática” é alta, mas no dia a dia, percebemos que essas conexões nem sempre funcionam do jeito esperado.

Na realidade, aparecem incompatibilidades de dados, fluxos manuais escondidos, sistemas legados que não trocam dados automaticamente. Muitas vezes é preciso negociar caso a caso, customizar APIs e aceitar que parte do processo ainda será resolvida “na unha”.
Faz sentido, então, planejar o projeto sabendo dessas limitações. Acreditamos que plataformas como a Maestrus ganham relevância por oferecerem maior flexibilidade e boa comunicação com diferentes sistemas, mas sempre alertamos: qualquer integração depende da qualidade técnica das equipes envolvidas, não só da promessa no papel.
9. Dados de RH: base de tudo, mas raramente confiáveis em 100%
Outro ponto que surpreende, inclusive em grandes empresas, é a qualidade das informações mantidas nos sistemas de RH. Dados incompletos, cadastros desatualizados, informações desencontradas atrapalham (e muito) o sucesso do e-learning corporativo. Implementar autoatendimento ou segmentar trilhas de aprendizado com base em dados ruins complica o processo.
Um caso mencionado foi o da Centrica: os times tinham tanta dificuldade para mapear quem era gestor de quem, que ficava difícil aprovar treinamentos, acompanhar jornadas ou distribuir convites para trilhas online.
Passos recomendados:
- Revisar e atualizar bancos de dados antes de iniciar um grande projeto;
- Padronizar cadastros de colaboradores e gestores;
- Criar processos regulares para manutenção das informações.
Diante disso, entendemos que o sucesso do e-learning depende tanto da tecnologia quanto de processos internos de gestão.
10. Centralização evita fragmentação e fortalece as boas práticas
Chegamos a um consenso interessante: centralizar a coordenação do e-learning é a melhor forma de garantir padrões, evitar fragmentação e desperdício. Quando diferentes áreas ou filiais negociam soluções separadas, o resultado é um mosaico difícil de gerir, com caminhos desconexos e experiências desiguais.
Mesmo que haja autonomia local, a existência de um comitê centralizado, políticas claras e padronização de processos facilita a negociação com fornecedores, a definição de métricas e o incentivo ao uso de boas práticas.
É comum termos áreas que insistem em “fazer do seu jeito”, individualizando compras ou desenvolvimentos internos. Isso pode parecer inofensivo, mas, na prática, afasta benefícios como escala e integração. Reconhecemos que o caminho centralizado demanda esforço, principalmente no início, mas ele reduz problemas no médio e longo prazo.
Na nossa trajetória e no diálogo com empresas que investem de verdade em educação corporativa, vimos que essa centralização favorece o compartilhamento de aprendizados, o uso racional dos recursos e a construção de uma cultura organizacional mais forte.
Reflexão final e próximos passos
Depois de ouvir diferentes organizações, percebemos um certo déjà vu: os problemas, desejos e mitos são quase sempre os mesmos, independentemente do setor, tamanho ou país. E se muitos desses desafios já são conhecidos, por que continuam a aparecer repetidamente?
Pensamos que talvez, ao compartilhar aprendizados, possamos acelerar mudanças e poupar tempo (e recursos) de quem está começando agora. Será que parte dessas lições também faz sentido na sua organização? Ou talvez você tenha percebido outros obstáculos ou soluções que ainda não chegaram à tona?
Na Maestrus, entendemos que cada empresa possui sua própria jornada, mas acreditamos profundamente que aprender com os erros, inclusive os dos outros, é um diferencial competitivo.
Se você sentiu que alguma dessas experiências conversa com sua realidade, explore nossos conteúdos sobre EAD para empresas e treinamento e desenvolvimento. Se preferir viver a prática, experimente nossa plataforma EAD completa: 7 dias gratuitos para comprovar que é possível transformar o e-learning na sua empresa. Estamos à disposição para evoluirmos juntos.
Perguntas frequentes sobre e-learning corporativo
O que é e-learning corporativo?
E-learning corporativo é a aplicação do ensino a distância dentro das empresas, utilizando plataformas digitais para treinamentos, cursos e desenvolvimento dos colaboradores. Essa modalidade permite acessar conteúdos online, fazer avaliações e acompanhar o progresso de cada participante, promovendo aprendizado contínuo e flexível.
Quais são os benefícios do e-learning?
Os benefícios do e-learning incluem flexibilidade de horários, redução de custos de deslocamento, padronização de conteúdos e facilidade para atualizar informações. Além disso, a empresa pode alcançar mais pessoas ao mesmo tempo, acompanhar indicadores de engajamento e garantir que o conhecimento esteja acessível em qualquer lugar. Também favorece a personalização do ensino de acordo com as necessidades de cada área ou colaborador.
Como implementar e-learning nas empresas?
Para implantar e-learning, recomendamos mapear necessidades, escolher uma plataforma confiável, envolver equipes de RH e TI, adequar conteúdos à realidade da empresa e investir em comunicação interna. O engajamento é passo fundamental, então vale criar incentivos, oferecer suporte e acompanhar métricas de uso. Na Maestrus, oferecemos soluções completas para apoiar todo esse processo.
E-learning realmente substitui o treinamento presencial?
E-learning não precisa substituir completamente o presencial, mas pode complementá-lo de forma eficiente. Muitas empresas optam por modelos híbridos, alternando cursos online com encontros presenciais. Assim, aproveitam o melhor dos dois mundos, garantindo flexibilidade e interação quando necessário.
Onde encontrar as melhores plataformas de e-learning?
Busque plataformas reconhecidas pela segurança, facilidade de uso, flexibilidade de integração e suporte rápido. Na Maestrus você encontra uma das plataformas mais completas do mercado, dedicada a atender necessidades corporativas, com recursos avançados de personalização, integração e gestão.
